Peguei caminhos duvidosos algumas vezes. Outras tantas vezes continuei já sabendo onde iria dar. 

Perguntei já sabendo a resposta, me joguei sem saber nadar. 

Algumas vezes acreditei de verdade, com todo o meu ser, e me envergonhei da minha ingenuidade. Outras vezes, só fiz parecer e paguei a maldade com maldade. 

Já me disse coisas das quais me arrependo, já me abandonei para ir atrás de um outro alguém. Já me diminui para encaixar onde não me servia e penei de dor com as asas em atrofia, tantas vezes que já nem sei...

Sempre me ocupei muito com o agora, negligenciando o amanhã, o que sempre torna meu futuro complicado. Não poupei o que deveria, não guardei para emergência... meu pé de meia é furado. 

Aprendi que se não dá pra contar com a sorte, sempre dá pra contar com Deus e a minha fé tem sido minha guia. Vira e mexe dou uma passada pelo fundo do poço, mas tento não prolongar muito minha estadia. 

Eu já fui atrás de quem não devia. Ignorei minha intuição um milhão de vezes, silenciei minha alma enquanto ela se debatia, fugi de mim por meses e meses...

Passei tanto tempo procurando nos outros a minha felicidade, sem saber que na verdade, eu buscava a mim mesma. E é por isso que nunca me sentia completa, independente com quem eu estava. Porque não era ninguém, era EU que me faltava. 

Me prendi em algumas torres para ver se o príncipe vinha, cacei desesperadamente sapos no brejo, e nessa busca insana por companhia, profanei meu amor próprio em sacrilégio. 

Só depois de falhar com maestria, nessa coisa de procurar minha metade, é que me dei conta de que eu já me tinha, só precisava olhar para dentro com vontade. 

E quando me encontrei senti a alegria, que nenhum relacionamento havia me dado, é que o encontro consigo mesmo é uma poesia, onde cada pequenino verso é sagrado. 


Bruna Stamato