Oi gente! Espero que estejam todos bem! Eu estou bem também, na medida do meu possível. Eu estou bem no sentido clínico, graças a Deus, meus exames vieram bons, tirando anemia e colesterol alto (devido ao sedentarismos e fatores genéticos). Mas no sentido físico e psicológico, venho oscilando. Tenho dias que não são bons, como hoje, e por isso mesmo eu fiz questão de enxugar as lágrimas e vir escrever.

Como vocês vão assistir no vídeo, o mioma leva a nossa energia, nossos nutrientes e nossa vontade de viver. Bom, pelo menos comigo tem sido assim. Esse é o "lado B"; que as pessoas não veem, que muitas vezes nem fazem ideia, mas que a minha família sofre e compartiha comigo há bastante tempo.

O "lado " tem dor, tem exaustão, tem choro sim. Tem irritabilidade, insegurança, imperfeição. Há 2 anos eu parei de fazer atividades físicas, minhas caminhadas diárias, meus pequeninos escapes que me davam prazer e aliviavam a minha mente. Desde então venho buscando outras alternativas, mas nada substitui, principalmente falando do ponto de vista da saúde e do organismo e o meu organismo está sentindo muito os efeitos negativos dessas mudanças. Taxas sanguíneas alteradas, aumento de peso, falta de fôlego. Hoje se eu fico muito tempo em pé ou ando muito, me canso ao extremo, sinto dor e fico muito inchada. Por isso também, além da pandemia e do isolamento, eu tenho estado muito caseira e ausente e essa é a pior parte de todas, ter que me explicar, ficar pedindo desculpas e justificando a minha ausência ou, o que eu também faço, ir aos lugares sem a menor vontade, ficar pouco, só para não ficar em falta com os amigos. Mas eu ando em falta com amigos, eu sei. E só me resta pedir desculpas e dizer "não estou me sentindo muito bem, ando sem fôlego e disposição, não fique chateado comigo". 

Os hormônios mexem demais com a gente. O receio de ter um escape de sangue a qualquer momento, o inchaço da barriga, que às vezes parece mesmo uma barriga de gravidez e tem dias que nenhuma roupa fecha. E de repente, você vai tendo gradativamente uma perda da produtividade, as coisas que eu fazia numa boa começaram a ficar um pouco mais lentas; devagar, penosas. Então a gente começar uma autocobrança muito grande, porque a gente quer manter o rítmo. 

Eu cancelei alguns projetos, outros eu deixei pela metade. Não estava dando conta e decidi me dar esse tempo pré operatório para descansar a mente e o pós operatório para descansar o corpo. Tem gente que me diz que mioma é moleza, que conhece gente que convive há anos e anos com mioma, que não pega nada, que é um "mimimi", mas eu sei como o meu "mimimi" dói e leva minhas forças embora. A gente costuma chamar de "mimimi" a dor que não dói na gente, né?

E cada caso é um caso. Cada organismo é único, cada corpo reage de uma forma. O meu aguentou muito, firme e forte. Mas como todo ciclo dessa vida, esse também está pedindo um fim. E embora muito cansada, estou muito grata por estar encerrando esse ciclo e prestes a começar um novo e mais saudável. 

Desculpem o #desabafo, mas meu compromisso comigo e com todo mundo que me lê é ser real. E a vida real é assim, com seus altos e baixos, choros e risadas, dias bons e dias ruins. Faz parte. 



Beijos e até a próxima!