Ela é daquele tipo de
mulher que não se esquece facilmente. Não por ser a mais bonita de todas, longe
disso, mas por trazer todas as estrelas no olhar e entregá-las num sorriso, no
meio de uma conversa banal, que faz você esquecer o discurso decorado e se
entregar por completo, de uma forma que nunca mais terá igual.
Ela tem esse jeito, hora inquieta, hora reclusa em si mesma,
porque aprendeu a respeitar seu próprio tempo e não sente mais a necessidade de
parecer ser aquilo que não é.
Ela tem uma liberdade de espírito singular, que às vezes pode ser
difícil de lidar e se confunde com libertinagem, mas é apenas a liberdade
conquistada de quem já foi prisioneira um dia e por isso mesmo não deseja prender
ninguém. Só se for em um abraço apertado, em um orgasmo exacerbado ou em uma
cama bagunçada entre lençóis de sábado. Num "para sempre" tão efêmero
quanto chuva de verão.
Ela preserva aquela boba mania de dar bom dia para a vida; de
sorrir para os animais que vai encontrando pelo caminho, de fazer da sua casa
um ninho, para aqueles que ama. E por falar em amor, ela não tem nenhum pudor
quando o assunto é entrega, perdeu o medo de parecer piegas e se permite viver
tudo que for fazer feliz seu coração.
Ela caminha sozinha, porque
aprendeu que a solidão é a única companhia que se pode contar; com os passos
leves, mas nem sempre certos e essa aparente segurança, que só se adquire quem
já caiu e aprendeu a levantar.
Ela não tem mais pressa, mas anseia
e aprecia tudo de bom que a vida lhe traz.
Ela é muita intensidade para se
contentar com um amor fugaz...
Não pense que ela ficará por
qualquer outro motivo além de muito querer, essa moça já se desconstruiu e foi
obrigada a renascer e aprendeu que se perder faz parte da jornada de todo mundo
que decide VIVER, ao invés de ficar sentada e se conformar com o nada que muita
gente tem para oferecer.
Ela é a força escondida na
sutileza; é a brasa de uma fogueira sempre acesa. Ela é LUZ em noite escura, é
o amor sem armadura; é a paixão visceral que ainda perdura... Ela é ação da
natureza, é a delicadeza de um rio que corre incessante para o mar. Ela provoca
medo em muita gente e vontades incontroláveis em outras tantas. Ela é euforia
de noite de carnaval em plena segunda-feira; ela é tudo isso que você não sabe
explicar, pois ela não se explica, só se sente.
Ela dança onde tiver música, ela
está onde tem boa energia e se sente à vontade. Sem cortesias e convenções. Sem
regras e datas na agenda. Ela faz festa com pouco e acredita no melhor das
pessoas. Seus olhos revelam profundezas e a sua fragilidade engana. Não é
qualquer um que navega nos seus mares, menina cigana.
Bruna Stamato
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