A felicidade
é como o famoso pote de ouro no fim do arco íris: Todo mundo já escutou sobre
ela, quando crianças, a maioria de nós acreditava e sonhava em um dia, encontra-la
e poder dividi-la com quem amamos. Mas aí vamos crescendo e vemos que tudo não
passava de ilusão, e, assim como o pote de ouro, nosso lado racional tem certeza
de que é impossível achar. E quem insiste em ir atrás, é taxado de louco, de
bobo, de ingênuo.
Talvez aí
more o grande problema... Do que mais nosso lado lógico nos convence? Quantas
outras crenças limitantes ele nos impõe?
Em quantas
outras coisas deixamos de acreditar só porque crescemos?
Vivemos esperando
grandes ápices para então, começarmos, enfim, a sermos “verdadeiramente”
felizes. Mas acontece, que a vida não é composta de grandes ápices. Grandes
guinadas. Grandiosos eventos. E esperar tal momento é negligenciar a Felicidade
Genuína. É como ir à uma festa de réveillon e não aproveitar nada só esperando
pelos fogos. É como passar os 9 meses de uma gestação só temendo o momento do
parto. É como ignorar a paisagem de uma viagem inteira, só esperando o destino
final. Essa espera é uma bola de neve que só cresce! Vivemos esperando
condições melhores para afirmarmos que então, somos felizes. A lista do que
falta para atingir a felicidade é vasta...é como uma escada infinita, logo que
se sobe um degrau, tem mais um à frente e por aí vai. Poucas pessoas fazem a
lista do que já possuem para serem felizes.
Acontece que
nosso destino final aqui na Terra é a morte. Será então, que vale a pena, desperdiçar
toda a jornada, esperando o dia em que teremos a vida “perfeita”? Uma vida
livre de problemas, onde finalmente, vamos acordar em um lugar maravilhoso,
cercado por todos que nos amam e vamos poder desfrutar tranquilamente de champagne e camarões à beira da praia,
sem nos preocuparmos com absolutamente nada.
Eu sinto lhe
dizer, mas esse dia pode não chegar.
Não estou
aqui dizendo que você é um perdedor, que nunca acordará num palácio, mas estou
afirmando, que é muito pouco provável, que tu vivas, uma vida toda, sem os
problemas.
E veja bem
meu caro, DINHEIRO não é garantia de felicidade. As pessoas mais infelizes que
eu conheci nessa vida, tinham muito dinheiro. Mas, o caminho que as levou até o
“sucesso”, foi duro demais. Quando, finalmente, chegaram ao “destino”, que era
ter muito dinheiro, já haviam se esquecido dos pequenos prazeres Terrenos. Já
haviam se esquecido o POR QUE, de querem ter tanto dinheiro, o POR QUE, de
terem aberto mão de coisas que eram tão importantes para elas. Agora, elas não
têm nem mais ânimo e FELICIDADE em gastar o tão suado dinheiro.
Tenho uma
pessoa próxima, que viaja para Europa todo ano, obrigatoriamente. Na última
viagem eu a pedi que trouxesse um perfume de Paris pra mim e que me enviasse
fotos da Torre Eiffel, pois um grande sonho que eu tenho é conhecer Paris.
Vibrei, me empolguei, perguntei se ela conhecia Versalhes, se é realmente tão
lindo quanto mostram e ela, sem esboçar reação alguma, do mesmo jeito que estava
folheando uma revista, sem parar para ler página alguma, me respondeu: “É lindo
sim. Já fui á Versalhes anos atrás e escreva o nome do perfume que você quer,
que eu vejo se acho no Freeshop.” Eu fiquei espantada e disse “No Freeshop??
Com tanta loja maravilhosa de perfumes em Paris?!!” e ela disse “Ficam muito
cheias essa época do ano.”, eu não me contive e perguntei “Mas, você não parece
muito animada...então por que vai?” e ela me explicou que os diretores da firma
onde o marido trabalha há 30 anos, vão todos à Europa esta época do ano com as
famílias, e esse ano, o destino escolhido foi Paris (outra vez), e pega mal se
eles não forem, as pessoas podem achar que eles estão em crise e certamente
ficarão comentado. Além disso, é temporada. Eles precisam viajar e viagens
nacionais não trazem o status necessário.
Eles realmente
estão em crise. Vivem uma crise sem fim, porque fazem as coisas pensando no que
os outros vão dizer, são marionetes de um teatro, que chamam de vida. São
reféns de si mesmos.
Mas, como
alguém é infeliz indo para Paris?!
E como é
FELIZ, NÃO indo à Paris?!
Eu não vou
deixar de aproveitar meu verão e as férias das minhas filhas, porque não pude
ver a Torre Eiffel ainda. Eu vou curtir ao máximo, com o meu coração cheio de
FÉ, que em Janeiro do ano que vem, eu posso estar escrevendo meu texto de
PARIS!
Ninguém
sabe! A grande magia da vida é justamente não saber o que vai nos acontecer
daqui há meia hora. Amanhã, tudo pode ter mudado. Pra melhor ou pra pior, as
chances são 50 % - 50%, aí depende do ponto de vista de cada um, como vai
encarar. Tenho certeza que a moça da minha narrativa um dia, vai sentir falta
de Paris no fim do ano. E vai chorar de vontade de voltar no tempo. Mas, como
posso dizer isso à ela, agora? Não podemos obrigar ninguém a aproveitar a vida.
A felicidade é relativa. Às vezes, ela só queria fazer uma ceia pequena,
decorar a casa dela pro fim de ano e ir pra um sítio na serra curtir o
silêncio...
Quem somos
nós, para julgar?
Seja qual
for o teu propósito de felicidade, ninguém no planeta, a não ser o teu coração,
vai poder te ditar o caminho.
Porque a
felicidade mora exatamente no caminho! Se a jornada não for feliz, for cheia de
sacrifícios, acredite, o objetivo final não vai compensar.
Olhe pela
janela. Abra a janela! Sinta os cheiros, e observe as mudanças de estação, as
paisagens ao seu redor, o ir e vir de pessoas. E se você está achando seu
trajeto muito penoso, saia dele. NADA vale o preço da infelicidade. Nem um
diploma na mão, nem um casamento estável sem amor, nem um MBA na Alemanha se
tiver que ficar 2 anos longe de um filho...
Pense que
existem atalhos...trilhas escondidas, e várias outras formas de chegar ao
grande objetivo. E lembre-se que certas vezes, o destino muda o Destino Final.
Nosso coração muda de rumo. Nossa bússola da alma começa a apontar em outra direção.
Permita-se mudar de planos. E permita-se apreciar a jornada.
Afinal esta, é uma
viagem só de ida.
Bruna
Stamato
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