Eu até tento disfarçar, por vezes eu minto, finjo não ligar,
mas ele sabe...o amor sabe que eu o amo! E de vez em quando ele faz joguinho,
diz que não vai voltar, ri da minha pressa e quando começo a cogitar ser
verdade, eis que ele surge numa fila de supermercado, ou na banca de jornal no
domingo cedinho, me pregando a maior peça.
Às vezes ele vem mas tem que ir logo...as vezes ele se
prolonga, e uma única vez ele veio e me disse “Toma. Esta é uma dose do meu
elixir mais apurado, muita gente o deseja mas eu só dou à quem merece.” E eu
perguntei “Mas tem prazo de validade?” E o amor me respondeu sorrindo “A de
eterno.”
Às vezes ele é instante; Às vezes ele se perpetua num
segundo efêmero da eternidade.
Somos companheiros
constantes; Nos completamos em nossa totalidade.; Contemplamos sua divindade. E
até quando não tenho companhia, o amor me preenche, vem pro café e colocamos o
papo em dia. Gosto de relembrar tudo que já passamos, nas vezes que eu o
confundi com uma paixão frívola de verão, e com a carência de um inverno muito
frio...às vezes eu até choro e muitas outras vezes eu rio! O importante é que
nós, eu e o amor, temos histórias para contar.
Ele é generoso comigo e eu o retribuo da melhor forma, nunca
lhe disse não, nunca temi seus espinhos porque pra mim, o esplendor de sua
beleza é ofuscante. Eu já achei que o possuía e já tentei fazê-lo prisioneiro
mas hoje compreendi que o nosso balé é leve, lindo e festeiro; Há de ser ter
alegria, se não, não é amor! Há de se
ter veracidade, se não, não nasce poesia. Há de se ter sutileza para amar com
maestria.
Eu já fui sua escrava e quase acabei comigo, mas aprendi que
o amor não nos prende, nós é que nos deixamos prender pela real falta de
vontade em querer partir.
Eu já achei que ele não vinha, que tivesse me abandonado pra
sempre...e nessa época eu me sentava na varanda para esperar por ele
ansiosamente. Até que me dei conta, que o amor é zombeteiro e que quanto mais
esperamos e o procuramos desesperadamente, mais ele se esconde e brinca. Ele
gosta de fazer surpresa, gosta do improviso e tem uma queda terrível pelo
improvável e se alimenta do impossível.
Diga que não lhe quer aqui! Que não é a hora certa e ele vai
fazer manha, cara de triste, se fazer de vítima, mas tudo isso só pra te
amolecer, porque na verdade ele sabe que a tua razão não opina em nada, pode
esquecer... o diálogo principal é com o seu coração e quando razão e coração
decidem brigar, o amor não se mete, assiste calado e com um sorrisinho de lado,
pois sabe que o coração quase sempre ganha; É algo que sempre se repete.
Não o desafie. Você vai perder. Não jogue com o amor, apenas
brinque. Não implore por ele e ele virá até você.
Nosso romance é caso antigo, daqueles que viram bons amigos,
daqueles que conseguem se entender. Daqueles onde se há cumplicidade, sem
cobranças, sem rancores, apenas a aceitação, nos deixamos ser quem somos, e nos
permitimos errar e aprender.
Somos cúmplices e confidentes, o amor tem a chave da minha
casa, às vezes põe ordem na bagunça e as vezes deixa tudo fora do lugar, hora
tá quieto, hora quer graça...tem dias que a visita é rápida e tem dias que diz
que veio pra ficar. Às vezes ele sem empolga num filme de amor e me chama pra
dançar e eu vou. Às vezes eu peço para que fique até eu dormir...e ele está
presente até nos meus sonhos. Às vezes eu não o vejo mas a sua presença é tão forte,
eu posso sentir.
É amor...que declaração! Mas nada que eu já não tenha te
dito antes...eu sou apaixonada por você amor e pretendo manter pra sempre nosso
louco e maravilhoso romance.
Bruna Stamato
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