Eu nunca tive medo de morrer. Sempre tive medo de viver infeliz.
Nunca tive medo de trabalho, sempre tive medo de não trabalhar com o que me faz feliz.
Eu nunca tive medo da falta de dinheiro, eu sempre tive medo da falta de propósito.
Eu nunca tive medo de mudanças, é a inconstância que me assola.
Eu nunca tive medo da rotina, é a monotonia que me apavora.
Eu nunca tive medo dos meus amores, é a falta deles que me assusta.
Eu nunca tive medo do escuro, é a escuridão da alma que me incomoda.
Eu não tenho medo da vida, eu tenho medo de viver por obrigação. De estar sem querer, de ir desejando ficar; Eu não tenho medo de dizer, é a falta das palavras que vem me assombrar.
Eu não tenho medo da solidão, é a falta da alegria que me preocupa.
Eu não tenho medo de culpas, é o meu travesseiro que me julga.
E eu não tenho medo de julgamentos, é a minha consciência que me absolve.
E eu não tenho medo de ser absolvida, absorvida, abusiva, eu tenho medo de não ser nada.
Intensidade não me assusta, é o raso que não me atrai.
Eu nunca tive medo de me queimar na fogueira, pois não é o fogo que me intimida, é a falta dele que me paralisa. É o vazio que me distrai.
Eu nunca tive medo da fraqueza; Nem da luta; São os combates traiçoeiros que ainda me cansam. A fraqueza nunca foi meu forte e nem de espelhos quebrados, nem de gatos pretos eu fujo, eu corro é de gente que finge ser o que não é, sempre pronta a dar o bote mas disso tudo, quem me protege é Deus (e um pouquinho de sorte).
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