Oi queridas, bem-vindas a mais um "diário" aqui do blog e da minha vida rsrs

Recentemente compartilhei no meu Instagram que tive o diagnóstico de TDPM e hoje vou contar um pouquinho da caminhada até aqui.

Como vocês lembram, em 2021 precisei fazer uma histerectomia, que é a retirada do útero. Por conta de um mioma muito problemático que tive e que acabou tomando proporções enormes e afetando toda a minha qualidade de vida. Fiz a cirurgia em Outubro de 2021 e tudo correu super bem, como compartilhei por aqui na época. Demorei uns 3 ou 4 meses para me readaptar depois da cirurgia, poder voltar a fazer exercícios físicos e sentir que meu organismo estava OK e saudável de novo. 

De lá para cá vim bem. Sem grandes problemas. Porém, em dezembro, mais precisamente começo de janeiro eu comecei a me sentir um pouco estranha. Alguns sintomas começaram a me preocupar, desenvolvi uma queda de cabelo absurda, de me apavorar durante o banho com a quantidade de cabelo caindo; gengiva sangrando muito, unhas esbranquiçadas e quebradiças, pele muito muito ressacada, bem diferente do meu normal, muita dor pelo corpo todo e um cansaço físico extremo. Dei um desconto por ser final/começo de ano e pela correria natural que essa época traz e fui tentar descansar um pouco, mas os sintomas não melhoraram, pelo contrário, vieram se agravando mês a mês. 

Como não tenho mais menstruação, não consigo dizer quando seria meu período de TPM, mas os ovários com certeza sabem, né... precisei prestar muita atenção ao meu corpo e tentar identificar quando ocorria o agravamento das dores, da fadiga...e comecei a notar que era sempre no período do fim do mês. Me sinto cansada todo o tempo, porém nesses 10 dias, do dia 20 ao dia 30 mais ou menos, o cansaço se intensifica, tenho dias de dores tão intensas que mal consigo me mexer. É como se todo o meu corpo se inflamasse e qualquer parte que você toca dói muito. Isso, sem contar na dor nos ossos, joelhos, articulações, e uma dor fortíssima nos seios, a ponto de eu ter que ficar de sutiã em casa para evitar qualquer movimento. Enfim...é uma condição que afeta todo o meu sistema e acaba impactando negativamente em todas as áreas da minha vida. É muita dor mesmo.

Tenho uma baixa real. De produtividade, mental, física, emocional. Minha cabeça parece que desliga e eu entro numa espécie de depressão temporária, com pensamentos horríveis, ansiedade e uma tristeza e irritabilidade profundas. Além da parte alimentar que também desregula por completo e me dá uma espécie de compulsão por doce. 

"Ah, mas isso é TPM" . E a TDPM é a prima má dela. TDPM - Transtorno Disfórico Pré Menstrual é o nome dessa condição, que é uma TPM super potencializada, caracterizada pelo agravamento dos sintomas normais da TPM. 

Em março decidi procurar um médico para fazer meu check-up anual. Hemograma normal, não acusou nem a minha anemia que me acompanha desde a adolescência. Então, partimos para a parte hormonal com uma suspeita de Menopausa Precoce.  E confesso que não esperava encontra alterações nessa área, achei que estava tudo bem, porque na real mesmo, até me esqueci que ainda tinha ovários! 

Só abrindo um parêntese aqui: Eu NUNCA tive TPM na vida. Nunca. Passei toda a minha juventude sem saber o que era isso, não tinha nem cólica, nem dor nos seios, nada. E já pedi desculpas para as minhas amigas, porque taxei como "frescura" algumas TPM´s delas ao longo da vida. 

Os primeiros resultados saíram e de cara já vimos que os principais hormônios estão bem abaixo dos níveis considerados satisfatórios: progesterona, testosterona, estradiol. Isso descartou a pré-menopausa precoce, os ovários estão ativos, mas não estão produzindo o que deveriam. Mas, só isso não explica as dores absurdas que sinto. 

Esse primeiro médico mal olhou na minha cara, nem me perguntou sobre o meu histórico familiar e pessoal com uso de medicamentos tarjados e me passou uma receita de sertralina e tchau. 

Oi? Como assim? O que é que eu tenho? É tudo coisa da minha cabeça, é puro mimimi, é TPM  e pronto, segue o baile?

Amassei a receita e joguei fora. Quem me acompanha sabe que eu só faço uso de remédios tarja-preta em último caso, por toda a minha questão familiar mesmo, que traz a dependência química da minha mãe, minha experiência pessoal com tarjados que foi HORRÍVEL, então assim, é uma questão bem delicada e importante pra mim. Não quero tomar um remédio desse, que a gente sabe que tem tanta contraindicação e efeito colateral assim, sem nem uma investigação consciente primeiro. Achei o médico leviano e desinteressado. E por isso fui procurar uma especialista, uma gineco que pudesse me dar uma luz. 

Ela me pediu exames complementares, dosagem hormonal mais profunda, tireóide, e começamos também a investigar fibromialgia e artrite reumatóide. Mas a hipótese provável é que as dores da fibromialgia sejam sazonais, acompanhando a TDPM. E nesse primeiro momento, optamos por NÃO entrar com medicação controlada e ir suplementando e avaliando os benefícios e as pioras. 

Já faz umas 2 semanas que entrei com a suplementação de Arcalion, que é sulbutiamina, um devirado sintético da tiamina (Vitamina B1), que é usada para cansaço e astenia (apatia). 

Citoneurim - Vitamina B12

Magnésio treonato (que eu já tomava)

Vitamina D concentrada

Além da suplementação, ela me pediu que intensificasse a atividade física, mas eu confesso que tem sido um pouco difícil. E evitar alimentos inflamatórios, como frituras e açúcar. E a começar um diário mesmo, marcando as datas que começa o agravamento dos sintomas, quando eles começam a melhorar, se tem algum horário em que pioram, os analgésicos e anti-inflamatórios que precisei usar e assim por diante. 

Esse mês, Junho, comecei a sentir os sintomas 2 dias atrás, dia 21. Hoje, dia 23, estou com bastante dor muscular, mas sem a dor insuportável nos seios e a sensação de inflamação na pele. E sem dor de cabeça também. Parece que os sintomas estão um pouco mais brandos. Vou analisando nos próximos dias. Mas do dia 21 pra cá já senti uma queda na produtividade, na energia, na minha disposição.

Resumindo queridas: é um período em que estou precisando me acolher, diminuir o ritmo um pouquinho, olhar para mim e estar com quem me apoia. Ficar quietinha e entender esse momento é um santo remédio. 

Pois aquilo que refutamos, que não acolhemos, que não entendemos, não aceitamos como nosso, não podemos mudar. Somente quando eu aceito e tomo para mim, está sob o meu inteiro controle. Então é o que eu tenho feito. 

Acho que posso estar somatizando? Acho. Sempre analiso a visão sistêmica por trás das doenças e busco esse olhar para procurar aquilo que meu corpo está querendo me mostrar e não estou conseguindo ver. 

Pretendo constelar em breve e venho contar para vocês essa outra visão sobre esse momento que estou passando.

Beijos!

Bruna