Assim como um rio que corre ansioso pelo Mar, é a minha alma, correndo ansiosa pela VIDA. Por sentir que está, de fato, vivendo, existindo, SENDO.

A "Fome emocional" muita gente conhece. Mas você já ouviu falar da Sede espiritual? É o que eu sinto. Vira e mexe minha alma fica desidratada, sedenta pela Vida. Por novas experiências, novas sensações. Louca para se apaixonar por uma música nova, para fazer uma nova melhor amiga; para ter conversas fora do script, provar sabores até então desconhecidos. Uma necessidade fisiológica de viajar, de andar, de ser; de exacerbar. De explorar; de receber; de ofertar.

Espalhar-me pelo mundo, fragmentar-me em corações amigos. É um sentimento nítido de desnutrição. E já que a vida é mudança, incógnita; transformação, pedras, águas (e Almas) que não se movimentam, acabam criando limo. E Lagoa, meus caros, não mata a sede de Alma que anseia por um rio.

Difícil expressar em palavras um sentimento que ainda não tem nome. É como prender uma águia em gaiola de passarinho, como não deixar que uma ave bata as asas para fora do ninho; querer parar o rio. Ir apertando um coração devagarinho....
Manter a alma em cárcere privado, desnutrida de experiências, de sensações, de êxtase, de surpresas; de conhecimento; de incertezas.
Almas precisam PULSAR, voar, experienciar. Provar, ir, fazer, errar, aprender, rir, gozar, voltar; crescer.
Minha alma é gigante e de tão grande às vezes tenho a nítida sensação de sufocamento, de que ela não cabe no meu pequeno e limitado corpo físico. Talvez por isso de vez em quando fique sedenta por expandir-se, fragmentar-se por aí, pegar o mundo nas mãos, tomar a vida num gole só....beijar o Infinito.


Respirar, apenas, só diz que estamos vivos, mas VIVER precisa ser praticado, verbo conjugado no presente; constante aprendizado...conhecimento empírico.
Minha alma tem sede de aprender, de conhecer gente, de explorar o desconhecido. Do cheiro de orvalho das manhãs e da brisa que vem do mar. Tem sede de viajar. De andar descalça na terra, de gargalhar até a barriga doer... de ver, o invisível.
De ouvir o inaudito.
De sentir as batidas do coração; de ler o que ainda não foi escrito.


Transcender as limitações impostas pela falta de grana, de tempo, de coragem e de tantos "nãos" que nos cercam.
Isso tudo pode até prender um corpo em um determinado lugar, mas a única prisão para uma Alma é a própria consciência.
Não existem amarras capazes de segurar uma alma e uma mente que aprenderam que são LIVRES.
E a LIBERDADE é justamente o que mata essa sede.
A multipluraridade do ser.
A incrível singularidade que conecta tudo no Universo.

Como bem disse Sêneca: Nos apressemos em viver, pois cada dia é por si só, uma vida.


Tratemos de manter nossas almas bem nutridas.


Bruna Stamato