Completei 6 meses da cirurgia agora dia 20 de Abril (Editado: Estou postando atrasado porque fiz o post, mas esqueci de postar! Se vocês não me lembram, ia ficar sem post!) e agora é vida normal, alta total e sem restrições. Mês passado tive uma infecção na cavidade vaginal e precisei tomar antibiótico, fora isso, não tive mais problemas, minha cicatrização foi perfeita graças a Deus. E não sinto dor ou desconforto algum. 
Alterações hormonais: Nessa parte estou sofrendo um pouco. Vou explicar: Tomei anticoncepcional desde a adolescência e sem pausa desde o nascimento da minha caçula. No último ano precisei aumentar muito a dosagem das pílulas para conter as hemorragias provocadas pelo mioma, então meu corpo não menstruava, eu não tinha TPM, aliás, nunca tive para ser sincera, nem quando era moleca e não usava AC. Nunca sofri com cólicas, alterações de humor, nada do tipo. E agora nesses meses depois da cirurgia, meus ovários estão a todo vapor! Tadinhos, eles não sabem que não temos mais útero *risos* e sou imensamente grata por eles continuarem trabalhando! Porém, como não tomo mais hormônio, todos os meses tenho entrado nesse estado de "TPM", tenho sentido mesmo essa diferença. Passo 1 semana no limbo emocional, no fundo do meu poço existencial. E me pergunto como tem mulher que passa por isso todos os meses, a vida toda? Gente, é muito sofrido. Minha total solidariedade e amor a quem enfrenta essa batalha interna todos os meses. 

São 7 dias de alterações fortes de humor, oscilo muito e normalmente passo esses dias mal humorada ou apática, com vontade de chorar. Me sinto inchada, sinto uma dor horrível nos seios, retenho líquido, meu intestino para de vez e eu não sinto vontade de me levantar da cama. É uma coisa assim, pesada. É intenso. Minha médica disse que é normal, que eu irei voltar ao meu ritmo habitual e que eu preciso enfrentar esse período de transição e adaptação dos hormônios. Me passou Valeriana (que eu confesso que não tomo porque me dá muito sono e me deixa mais apática ainda) e sucos naturais. Minhas taxas estão todas dentro da normalidade. Então mulherada, infelizmente, não tem muito mesmo pra onde correr. Eu que não estou acostumada com TPM.
(Editado: Hoje, dia 14 de junho, já estou bem melhor! Já é o segundo mês que a "TPM" vem mais branda e suportável)

Relações sexuais: Muitas de vocês me perguntam sobre isso. É um processo de reconhecimento do próprio corpo, de readaptação. É preciso explorar e ver o que continua dando prazer, o que se tornou incômodo e o que é possível atualmente. Eu não senti grandes diferenças, apenas na lubrificação, que diminuiu um pouquinho. De resto, me sinto confortável e fazendo tudo como sempre fiz. Acho que o grande lance é trabalhar o psicológico e ter paciência consigo com essas mudanças hormonais. Tenho leitoras que me relataram que sentem que está "faltando uma parte" de si e travam na hora do sexo. Não está faltando nada, mana! Nossos corpos são adaptáveis, inteligentes, nossa anatomia nos permite retirar um órgão que estava doente e continuarmos vivendo e isso é fantástico.
Então, reitero que é preciso trabalhar o lado emocional e psicológico, para uma reabilitação total e não somente do corpo. 

Eu já voltei a fazer exercícios, quem me acompanha no Instagram viu que comprei um patins novo, me curei finalmente da anemia que me perseguiu durante anos, equilibrei minhas taxas de colesterol, triglicérides e glicemia e me sinto realmente renascida! Revigorada, curada. Saudável é a palavra. Eu não me sentia saudável com o mioma, eu me sentia sempre adoentada, frágil e limitada e hoje me sinto livre e isso é incrível! Então meninas, meu saldo, como já tinha falado no post anterior é totalmente positivo. Faria a cirurgia de novo, não me arrependo nem por 1 minuto. 

Conversem bastante com o médico de vocês, a gente precisa ter confiança total em quem vai nos operar. Se informem sobre tipos de anestesia, opções de cirurgias (vaginal ou abdominal) e se precisarem, me mandem uma mensagem. A mente precisa estar forte para enfrentar o processo, desde o pré-cirúrgico até a alta absoluta, pois a carga emocional é grande. Como eu disse, eu não pretendia mais ter filhos, mas gostava da ideia de poder mudar de opinião, precisei trabalhar isso em mim e hoje penso que se bater uma vontade de ter mais um filho, eu irei adotar, pois o que vale mesmo no fim das contas é o AMOR e o amor nasce no coração, no fundo da alma, não no ventre. 

Espero ter conseguido encorajar e esclarecer algumas dúvidas com essa série de posts, o intuito é esse. 

E desejo força e muita SAÚDE a quem vai passar por uma histerectomia.

Com todo meu amor,

Bruna