É
com verdadeira alegria (e uma pontinha de orgulho) que repito a frase que ouvi
de uma amiga querida dias atrás: Os 40 são os novos 30.
E
isso se dá não somente pelo avanço da medicina, que hoje nos permite ser mães
com quantos anos quisermos, ou aos dermocosméticos tão maravilhosos que
prometem rejuvenescer-nos em até 10 anos, nem às cirurgias plásticas e
procedimentos estéticos. Essa mudança no padrão social que antes, taxava
impiedosamente uma mulher com 40 anos de "tia" e "coroa",
vai muito além do físico e da estética. Vem, primeiramente, da alma, seguido da
MENTE. Parece que nos demos conta que temos todo o direito de contradizermos nossas
idades cronológicas. E isso é realmente sensacional.
Nós,
que já passamos dos 30 há alguns anos, somos o "upgrade" da geração
das nossas mães, que embora tenham vivido empiricamente toda a revolução
cultural e o estouro do feminismo no mundo, do voto ao uso do biquíni lá em
1946, ainda, em sua grande maioria, abdicou dos estudos e da profissão para se
dedicar exclusivamente aos filhos, ao marido e ao lar. Nós somos a "versão
beta" de mulheres que lutaram muito para que pudéssemos ser e ter os
direitos que temos hoje, em meados do século XXI.
E se
a nossa geração usufrui dos direitos conquistados décadas atrás, mais do que
capricho, temos o dever de seguir abrindo novas frentes para os millennials.
Antigamente
(que alívio me dá ao escrever isso), uma mulher de 40 anos que não era casada e
não tinha tido filhos, podia se conformar com a solidão e com certo
rechaçamento da sociedade e da própria família e hoje, se aos 40 estamos
sozinhas, a probabilidade é que estejamos priorizando nossas carreiras, nos
aprimorando e sendo felizes desse jeito. Ou então, escolhendo bem nossos
parceiros, pois esse ponto foi outro que mudou e que eu considero
importantíssimo: Não PRECISAMOS mais de um homem ao nosso lado para garantirmos
um status qualquer e para não sermos chamadas de solteironas e infelizes. Hoje
sabemos que gostamos deles, mas que vital mesmo é o colágeno em dia, um bom
sono noturno e o LDL e HDL dentro da média!
Estamos
em plena ebulição! Ao contrário dos 20 anos, onde fazíamos as coisas para
agradar, hoje, fazemos o que nos agrada. Se aos 20 não sabíamos como ter prazer
na cama e na vida, se achávamos que o tempo era infinito, hoje temos a
consciência de que o tempo é muito precioso e raro e por isso mesmo, não o
desperdiçamos mais com quem não vale a pena e não demonstra real prazer em nos
dar prazer. Na cama e na vida!
Todo
mundo conhece a famosa e velha "Crise dos 30" e as várias
"crises" que o antecedem e a boa notícia é que chegando as 35, 40,
não temos mais "crises". Acabou aquela obrigação pessoal de provarmos
ao mundo que não precisamos provar nada a ninguém. Acabou a angustia de ter que
cumprir de qualquer ajeito e a qualquer custo a mísera tríade da vida adulta:
Emprego estável + Casa + Filhos.
Viemos
percebendo ao longo dos anos e analisando as gerações, que se não tratarmos de
nós mesmas como alguém muito valiosa a quem devemos a maior atenção e cuidados,
iremos influenciar negativamente as próximas gerações (e as nossas próprias
expressões genéticas hereditárias) e que se cuidar vai muito além de fazer o checkup
anual ginecológico.
Nossa
geração se deu conta de que precisa tomar multivitamínicos e que Sol em excesso
faz muito mal, mas também percebeu que a maior fonte de alegria e prevenção de
doenças, é uma mente ativa e sã.
E que o autoconhecimento vale todo o
sacrifício.
E
todas essas mudanças estão acontecendo muito rapidamente, em termos históricos.
Se
décadas atrás aos 40, começávamos a nos preparar para a velhice, para sermos
avós e sermos dispensadas do trabalho, hoje aos 40 estamos em nossa melhor forma,
pois já entendemos o funcionamento de nossos organismos e sabemos que idade,
felizmente, não é mais um fator limitante.
Longe
de mim querer me manter com 20 e poucos anos. Acho cafona. Essa reflexão aqui
não fala em competir com as moças mais novas, nem de negar a passagem do tempo,
mas sim, de constatar que o tempo está sendo um aliado e que não precisamos
mais temê-lo tanto; podemos fazer as pazes. Relaxar. E namorar bastante! Por
que não?
A
verdade é que estou achando o máximo chegar na academia e ver mulheres lindas e
seguras de si, treinando sem vergonha de seus corpos; assumindo a vaidade, os
fios brancos se quiserem e acima de tudo, suas vontades.
Eu
vejo as atrizes lindíssimas, minhas amigas que tanto me inspiram, olho para a
minha irmã aos 45 anos e percebo que ela está no ápice, muito melhor e mais
saudável do que 10 anos atrás e penso "Uau! Eu também sou uma delas"!
Estou
com 35 anos e já planejando a festança que darei para comemorar os 40! Eu gosto
de olhar para trás e gostar mais de mim hoje, do que aos 18 anos e gosto mais
ainda de olhar para frente e não sentir receio algum, pois tenho a certeza que
cada fase da vida têm a sua beleza e glória.
Meu
metabolismo pode não ser o mesmo, mas a minha vontade de viver e amar não
envelheceu nada.
Aliás,
“envelhecer” também já é uma palavra démodé.
Estamos ficando Vintage, queridas. Nos tornando edição rara e especialíssima.
Bruna
Stamato
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