O que que eu faço com esse amor imenso que continua vivo e latente aqui dentro de mim?
Eu sei que você não vai voltar, que já tem outra pessoa no meu lugar, embora seja difícil acreditar que você nos esqueceu tão fácil assim...


O que que eu faço com as lembranças, que me perseguem em qualquer lugar que eu vá? Tão carregadas de saudade, do teu cheiro, do timbre da sua gargalhada...que ainda ecoa em todos os cantos vazios da nossa casa...?
O que que eu faço com os meus dias, que se tornaram tão torturantes sabendo que você não vai chegar daqui a pouco e que de agora em diante, dormirei sozinha todas as noites?
O que que eu faço com a vida, que de repente ficou lotada de nada e essa cidade, agora ainda mais cinza, com teu fantasma rondando todos os meus lugares preferidos...

O que eu faço para esquecer, apagar da memória, sumir com qualquer vestígio da nossa história, se nem por 1 único segundo ao teu lado eu pensei em te deixar...se nem em pensamento eu conseguia me ver ao lado de outro alguém, se foi para você, meu bem, que eu dei tudo de melhor que havia em mim...?
Não teve um único dia que eu tenha deixado de te amar, em que você não estivesse presente em todos os meus pensamentos, desde aquele maldito sorriso que você me deu, que acendeu a coisa mais absurdamente forte que meu coração já conheceu.

O que que eu vou fazer com esse buraco aberto na minha alma e essa tristeza que não parece ter fim?
Faça o favor, venha buscar todo o amor que você esqueceu aqui.
Não tem mais utilidade; não namorarei a saudade que tomou o seu lugar. 
Leva! Leva embora essa tristeza tão gentil que insiste em me acompanhar.

Vou fechar as portas, entregar as chaves e sumir. Em busca de algum lugar que eu não te veja a todo instante; na verdade, eu quero fugir de mim, me abandonar; tornar-me outra pessoa. Preciso reaprender a ser eu, somente eu, sem você. Um dia a vida há de ficar boa!
Vou preencher minha cabeça com outras coisas, minhas horas com prazer e minha cama com gente. Rezando para que entre um beijo sem sabor e um sexo sem carinho, alguém prenda a minha atenção por mais algum tempo depois que acabar a garrafa de vinho.
Vou seguir os protocolos. Uma rotina sem sentido, num corpo contido e um coração ferido. Suplicando por qualquer coisa que nos dê alívio...

Estou falando com as paredes, paquerando as tuas fotos, fazendo do chuveiro meu melhor amigo e confidente fiel.
Tentando abafar o choro e os gemidos, dessa dor cruel. De uma estaca cravada no meio do peito, que não me deixa respirar nem comer direito e que parece me matar aos poucos.
Numa angustia discreta, camuflada entre sorrisos e bebidas, eu juro que nunca mais irei amar de novo.
Você me levou tudo.
Todo amor que eu tinha para oferecer na vida, toda a esperança e toda ternura que eu era capaz de sentir.
Desculpa, mas eu não vou mentir...
Não tenho mais nada de bom a oferecer.

Mas não precisa ter pena de mim, nem me poupar da sua felicidade. Segue em paz, eu ei de sobreviver.

Você está melhor sem mim...sempre te disse isso, pena que o mesmo de mim eu não possa dizer.
Você era muito mais para mim do que imaginava ser.
Mas o fim ninguém pode prever...
Eu juraria que a gente ia viver uma vida toda feliz.
Tudo bem, não foi pra ser...
Mas leve um pouquinho de mim com você, para quando as coisas não estiverem tão bem assim...
Eu? Vou continuar a viver, um dia vai parar de doer e começarei tudo de novo com outra pessoa, mas confesso que sem te ter, a vida, para mim, não passa de um troço à toa...