É claro que você sabe o que é um
terremoto, não é mesmo? E se eu perguntar se você tem medo de terremoto, sua
resposta será "sim", acertei?! Todo mundo tem medo de terremoto. De
tsunamis, de furacões...e tudo bem, sentir medo é natural do ser humano, estranho
seria alguém que não tem medo de nada.
A
questão é que esse nosso medo nunca impediu que os terremotos e os fenômenos da
natureza acontecessem. Na lei da sobrevivência Terrestre, sobrevive a nação que
estiver melhor preparada e - acostumada- eu até arriscaria dizer, à estes
fenômenos.
Desastres
naturais são parte da vida e nem sempre dá para prever quando vão acontecer. E
embora sejam algo pavoroso, têm lá sua utilidade para este planeta, afinal, sem
os terremotos, as placas tectônicas não se acomodariam...
E
por que razão você acha que nós, humanos, espécie predominante aqui na
Terrínea, não estaríamos sujeitos a nossos próprios terremotos? Nós também
sofremos influência da mãe Natureza, da Lua, das marés...nós também temos
nossos ciclos, como o menstrual, a menopausa e andropausa, então, não me admira
que tenhamos também nossos terremotos particulares.
A
diferença é que na maioria das vezes nós tentamos esconder nossos terremotos do
mundo. Não queremos que ninguém saiba, como se isso fosse um sinal terrível de
fraqueza, mas eu encaro de outra forma, eu tenho o maior respeito por quem
enfrenta e sobrevive ao seu caos interior. Acho que estas pessoas são fortes,
as mais fortes do bando. E não estou falando de resistir brava e impavidamente,
me refiro às pessoas que deixam seus mundos virem a baixo, que não brigam com o
inevitável, não esbravejam mais contra ele, o Destino. Pessoas que não têm mais
medo de si mesmas.
Está
passando por um terremoto de magnitude 9 na escala Richter?
Puxe
o ar. Vamos! Preencha os pulmões nesse momento! E tente manter a mente a salvo,
em equilíbrio. Já vai passar.
Já
vai passar.
É
o fim de um ciclo...não da jornada inteira.
Pode
ser que seja o fim de um relacionamento, não da capacidade de amar.
Quem
sabe o fim de uma amizade, mas se acabou, é porque não era tão amizade
assim...Novos amigos sempre surgem.
Talvez
seja o fim de uma presença física, não da VIDA. Existem outros tipos de
presença.
Pode
ser o fim de um emprego, não de todo o seu trabalho e força de vontade.
Pode
ser o fim de um molde ao qual você estava acostumado, mas já não cabia mais...
O
fim deste verão. Outros virão.
Fins
são necessários, se não, não seriam possíveis novos começos.
Olhe
a borboleta, a ave, a água... Tudo nessa vida está em mutação constante.
É
o fim do casulo e da lagarta, para ganhares...ASAS!
É
o fim do ovo, para ganhares o mundo!
É
a água em ebulição, para ser capaz de modificar os alimentos, texturas...
Não
fique o tempo todo apegado à uma vida que você viveu; você JÁ viveu; já passou.
É hora de seguir o tempo, e ele só corre para frente.
Nós
vivemos várias vidas nessa vida. E tem gente e coisas, e situações, que não nos
acompanham em todas elas.
Nós
temos nossos invernos, primaveras, outonos...porque nós somos parte desse
planeta. Reconecte-se com essa sua essência. Nós somos as casas, os prédios, as
construções em cima da terra abalada pelo terremoto. Nós somos as árvores, as
folhas, as plantas...as SEMENTES.
Por
tanto, mesmo que o terremoto nos derrube, nós podemos ser plantados novamente,
em outras terras, sob outros climas, pois nós somos adaptáveis, mutáveis;
metamórficos.
É
só uma parada, uma escala, do trem da Vida. Talvez você precise trocar de vagão
para continuar a viagem...Não é o fim da estrada.
Aproveite
que está tudo mexido e revirado por dentro para se recomeçar. Certas vezes é
melhor algumas questões ficarem mesmo lá, debaixo dos escombros...tem algumas
coisas e sentimentos em nós que precisam mesmo desaparecer.
Aproveite
seu terremoto pessoal para decidir, o que você levará daqui pra frente e o que
vai ser deixado pra trás.
E
se me permite um conselho...não escave muito tuas ruínas. Levanta muito pó.
Limpe
seus olhos para enxergar que mesmo em meio ao terremoto, o SOL continua aí, no
lugarzinho dele...
E
que não há Terremoto que dure pra sempre.
Assente
tuas placas tectônicas.
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