Não é que eu seja antissocial...longe disso! Mas ando com preguiça de gente sempre tão igual. Eu gosto de socializar, com quem tem algo a oferecer, e não me refiro a status ou luxo, me refiro à risadas, cultura, informação boa...conteúdo inteligente. Bom humor, sabe? Esse tipo de coisa rara hoje em dia...
Tô cansada de gente que engata longas conversas via Whatsapp, na base de emoticons e "kkkk", e que não consegue dar continuidade a um papo de 10 minutos, olho no olho.
Sem paciência para correntes... Tanto as virtuais, como as que essa sociedade tão "perfeita" que nos colocar, correntes que nos amarram aonde não queremos estar, que querem nos prender ao lado a qualquer custo. 
Ando com preguiça de gente previsível..que eu já sei de cor e salteado tudo que vão me falar. 
Pra sair de casa e ir rir de piadas sem graça, em papos rasos e copos cheios, com gente tão cheia de nada, fico com meus próprios pensamentos, pelo menos eles me surpreendem, certas vezes!

Sem paciência para esse jogo de "conquista" chato que alguém disse que é legal. Se eu quiser te ver você vai saber, porque EU vou dizer, com todas as L-E-T-R-A-S. Não entendo qual é a dificuldade nisso...
Perder meu tempo esperando alguém me ligar?! Se o trabalho de discar é o mesmo, de ambos os lados... Perder tempo, hoje em dia, só se for enrolando na cama, em beijos e amassos que parecem que nunca vão terminar.
Cansei de quem diz que vem e não vem, quem diz que quer estar e não está nunca... Dessas desculpas tão clichês de gente que não tem coragem nem pra assumir que quer nem para assumir que NÃO quer.
Cansei de gente em cima dos muros. Com intenções turvas, sorrisos contidos e olhares tão facilmente desviáveis...
Cansei dos "amigos" que nunca têm tempo pra tomar um chopp numa terça qualquer, mas que gastam um tempo absurdo empenhados em saber como você está cheio de problemas...dessa gente que parece torcer pra desgraça alheia. Desse tipo que não tem, de fato, nem 1 única gota de verdadeira AMIZADE para oferecer.

Cansei de explicar o óbvio. De tentar compreender o incompreensível. De ter que estar sempre relevando e me adaptando às loucuras dos outros e no fim das contas, ainda ser taxada de louca.
Se é loucura demonstrar os sentimos que, de fato, eu tenho, se é loucura não fazer questão de me encaixar em nenhum padrão, se é loucura ser leal à mim, então, sou louquíssima, confesso. E pretendo continuar a ser!
Tenho pavor de me normalizar. De aprender a viver sem empatia, sem autonomia, sem afeto.
Aprender a seguir o "modelo correto", a ser amigo quando convém, a chamar de "meu bem" os meus desafetos...
Aprender a dar tapinha nas costas quando a vontade é de voar no pescoço. Aprender a sorrir e falar baixo quando a vontade é gritar... Realmente não é pra mim.

Saudade de conhecer gente maneira, descomplicada, simples. Que tem bagagem e boas histórias para contar... Gente que aprendeu a cair e a levantar, porque VIVEU. Gente que então aprendeu, empiricamente, os prós e os contras de...AMAR.
Gente que se doa; Que não tem medo de ensinar, de dividir conhecimento e principalmente, que não tem medo de aprender coisas novas...Gente que gosta de trocar. De compartilhar, sentimentos, garrafas, ombros amigos, e não só posts no Facebook..
Saudade de gente que curte gente! Que curte uma boa música, uma leitura nova, desafios! E não somente fotos no Instagram...
Saudade de quem gosta de adicionar pessoas à vida, cores ao cinza, tempero na comida!
Saudade de quem quer add amor ao coração, lembranças...memórias...boas ou não.
Saudade de quem passa sem avisar. Que não liga só pra cobrar satisfação...
Saudade de quem se permite viver offline, de quem não faz as coisas só pra postar, de quem não está preocupado com a ostentação.

Saudade daquele tipo de gente que gosta de se apegar, que não teme o curso da vida...Que ainda gosta de andar de mãos dadas, que enxerga as belezas da jornada e não vive com pressa em terminar a corrida.

Ando com preguiça de gente sempre igual...não me leve a mal.
Mas prefiro ficar na minha...
Mil vezes uma distinta e sincera solidão, à milhares de falsas companhias.

Bruna Stamato