Puxe as suas
mais tenras memórias. Tente se lembrar da sua infância, aposto que você
lembrará de algum momento em que você foi repreendido pelo seu pai, mãe ou
professor, por não querer dividir o chocolate, por não querer emprestar o
brinquedo. OK. São princípios que temos que passar aos nossos filhos, é o dever
dos pais. Ensinamos desde a primeira infância a compartilhar o lanchinho, a
emprestar o livro, a nunca pegar nada de ninguém sem pedir.
Nós
crescemos com isso, e os esforços dos nossos pais surtiu efeito! Nos tornamos
seres humanos de bem, com boa índole e honestos.
Mas...crescemos.
E vou te falar uma verdade apavorante e libertadora: Não precisamos mais ser
altruístas o tempo todo.
Não
precisamos emprestar o que não queremos, ser simpáticos com quem não gostamos e
dividir o que nosso coração não quer dividir.
Você não
estará indo contra seus princípios, contra o que te ensinaram na infância, você
está escolhendo, você agora tem capacidade de discernimento e de decidir
sozinho. E quer saber? Isso não te faz um ser humano ruim ou modifica o seu
caráter.
Ser bonzinho
cansa! Ser tolerante demais, cansa. Ser complacente com todo mundo, cansa. Ser
a “pessoa mais legal do mundo!” é um saco. E na maioria das vezes a gente já age no
ímpeto. Quando alguém nos pede um favor, a gente responde imediatamente que
sim! Porque é o que foi enraizado em nós durante toda a vida! Só depois que já
nos comprometemos é que pesamos as consequências e viabilidade do pedido. Mas,
você tem o direito de dizer NÃO! E às vezes, dizer um sonoro “NÃO”, alivia a
alma! Acaba com a enxaqueca, nos dá paz, é um remédio porreta.
Eu só cheguei a esta conclusão depois de ter
passado dos 30 anos. E foi a melhor habilidade que desenvolvi nos últimos
tempos.
Porque eu
prefiro ser leal à mim e dizer um sincero “Me desculpe mas NÃO vai dar.” Do que
um “Claro, pode pegar” e depois ficar me remoendo, me punindo, em DR comigo
mesma porque não era o que eu queria!
Melhor uma
recusa verdadeira do que uma falsa entrega. Em todos os sentidos. Melhor um
“Não tô afim” sincero, do que um orgasmo fingido. Melhor um “Eu não vou”
direto, do que um “A gente combina” assassino de expectativas alheias.
Quem foi que
disse que eu tenho que confiar em todo mundo?
Não, não,
não! Devemos acreditar na MALDADE. Não podemos subestimá-la! Eu não tenho o
menor problema com quem não gosta de mim, é um direito da pessoa e eu também
não gosto de um monte de gente, mas não é por isso que destrato essas pessoas.
Só mantenho distância e RESPEITO, pela sinceridade em assumir o sentimento. O
que eu não suporto é gente que eu não sei nunca qual é a intenção. Pessoas
escorregadias, dúbias, que uma hora a gente acha legal, mas a intuição insiste
em dizer o contrário...Gente com sorriso carimbado, que nunca altera o tom de
voz. Gestos contidos demais, que não fala um palavrão, porra! Tenho arrepios.
Parece que
quando não acreditamos e quando desconfiamos das pessoas, estamos sendo perversos.
Mas a dúvida é um benefício divino e coletivo.
Você TEM o
direito de questionar, de investigar, de
desconfiar. É a lei da selva! A gente não precisa mais obedecer com medo
do castigo. Assim como o “egoísmo” de sobrevivência. Se a gente não se resguardar
um pouco, as pessoas levam nossos bens materiais, nossa saúde e nossas
energias. Não podemos nos doar o tempo inteiro para todo mundo. Temos que
poupar um pouco para nós mesmos.
Ser bonzinho
custa caro.
Não estou
dizendo para você virar um vilão ou uma megera de novela das 9, só estou
dizendo que o mundo não acaba quando não fazemos o que as pessoas querem que
façamos.
Já
experimentou se priorizar?!
Só os
bonzinhos entenderão!
Você não tem
que confiar no seu namorado porque ele te faz juras e declarações de amor, se a
pulga fez da tua orelha morada permanente. O que nos faz confiar em alguém é a
paz no coração e o sono em dia. Qualquer coisa contrária a isso, é ilegítima. Portanto,
não vale a pena.
!NÃO IGNORE O SEU SEXTO
SENTIDO!
Aliás, não
ignore sentido algum. Não se faça de surdo para a sua intuição. Para depois não
ficar com aquela sensação do “Eu sabia! Como fui idiota!”.
No fundo a
gente sempre sabe. O que acontece é que temos recusa em acreditar que o cinismo
e a falta de escrúpulos estejam tão próximas de nós.
Por isso que
hoje em dia eu aceito como argumento totalmente plausível e digo sem o menor
pudor que o MEU SANTO NÃO BATEU. Acabou. Não preciso ficar me explicando quando
não vou com a cara de alguém logo á primeira vista! Porque eu NÃO SOU
OBRIGADA a gostar de todo mundo. Vou te contar, que a minha intuição poucas
vezes errou até hoje (graças aos DEUSES tive minhas raras exceções!).
Ser bonzinho
dói. Acredite. As pessoas sempre confundem boa vontade com babaquice!
“Lá vai o otário!”
Não. Lá vai o belíssimo ser humano que você perdeu a oportunidade de conviver.
Sinto informar, mas o otário é você!
Nós não
somos otários meu amigo. Somos bons de alma. E não há erro nisso. Errado é quem
veio pra esse mundo e faz questão de não aprender porra nenhuma. Por isso mesmo
que eu digo, temos que aprender a nos preservarmos. Lidar com as pessoas
sabendo quem são.
Endurecer
sem perder a ternura, como já bem dizia Che.
E manter os
olhos abertos e o coração fechado, e não ao contrário, como já bem diz Bru.
*risos*
Bruna
Stamato
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