Fui eu que te deu o pé, não se esqueça. E não, não veja se apareça num dia qualquer. Não precisa mandar notícias. Você já morreu aqui dentro. Não precisa me mostrar que você está bem e superou. Não gaste seu tempo. Não quero as coisas que eu te dei...não tenho por elas o menor apreço. Nem pelas nossas fotos; Faça o que quiser! Se tenho lembranças nossas? Algumas. Porém significam tanto pra mim quanto saber se Hitler tinha ou não fé. Não tenho curiosidade nenhum de saber da tua vida mas se te encontrar na rua, falo contigo numa boa, como falo com qualquer conhecida. Não me pergunte como eu tô pois você realmente não quer ouvir, você ainda tem esperança que eu diga que me arrependi; Que sinto a tua falta e choro por aí... mas a verdade é que eu comemoro muito a tua falta! E meu choro acabou pois você era o único motivo. Desista da ridícula ideia de me reconquistar; Se você não fez droga nenhuma enquanto me tinha, enquanto eu insistia, enquanto eu te queria, não é agora que você vai ter algo de bom pra me dar. Sinto muito mesmo que a tua ficha só tenha caído agora, depois de ter levado o fora e que você tenha demorado tanto tempo pra perceber que o meu amor estava doente e morria um pouco a cada dia...não foi falta de aviso da minha parte, foi mesmo burrice da sua, fez questão de não entender. Eu sempre soube que eu merecia coisa melhor que você. Sempre se achou insubstituível, o último biscoito do pacote e deveria mesmo ser, já que o último biscoito é aquele que está velho, mole, e que ninguém quer mais comer. Porque a fome, a gente mata, nos primeiros, agora você virou farelo, de um biscoito velho e o lixo é o teu destino certeiro. Não tenho raiva de você não! Também não tenho amor e nem pena. Não lhe tenho nada. É mais que página virada, é linha torta mal escrita, agora apagada. É aquele erro que a gente tem vergonha de cometer. E daqui pra frente, eu escrevo o que eu quiser e me recuso, não escrevo, nunca mais, uma linha sequer sobre você.