Se algum dia na vida você sentiu um amor tão grande por alguém, a ponto de pensar que nada mais que você fizesse na vida, nenhuma quantidade de dinheiro ou sucesso teria valia e graça se a sua pessoa não estivesse contigo, então, meu caro, você sentiu o AMOR genuíno.

Porque hoje em dia é um tal de AMOR esquisito, que acaba mais rápido que confete em carnaval...nunca vi.


As pessoas estão perdendo a medida, desequilibradas, confundindo amor próprio com egocentrismo e narcisismo.
Estamos vivendo na era do hiperindividualismo, onde o "amor" só existe enquanto é útil, conveniente e fácil.
As pessoas não estão mais acostumadas a se doarem, abrirem seus mundos para o outro; receberem o outro com seus problemas, traumas, dificuldades...

É um déficit global de empatia, consequentemente, de AMOR legítimo, tenho esta nítida impressão.

Relacionamentos que só existem se forem "Instagramáveis" (acredite ou não, isso virou um verbo), "curtíveis" e "compartilháveis".

Relacionamentos REAIS, VERDADEIROS e profundos, têm problemas. É preciso muito tato para acertar os delicados ponteiros e muitas vezes, não conseguimos ajustar os ponteiros, seguimos com eles desajustados mesmo, mas a vontade e a RECIPROCIDADE seguem de mãos dadas.
Aí a engrenagem funciona.

Na minha época, amor era um troço pelo qual valia muito lutar.
Me lembro do meu pai me contando que quando conheceu a minha mãe quis casar logo pois sabia que era o grande amor da vida dele, então ele arrumou um outro emprego para complementar a renda (tipo o Julius de Todo Mundo Odeia o Cris haha) e que se preciso, ele arrumaria até 3 empregos, ele mudaria de estado e eles se "ajeitariam". No entanto "ajeitar" não é mais conjugado, foi substituído por "desapegar".
É...dá menos trabalho.

Vejo as pessoas descartando relacionamentos que poderiam ser grandes amores porque o parceiro mora longe (tipo em outro bairro!), ou porque estão sem emprego no momento (que é um condição temporária que pode mudar a qualquer momento) ou porque saem tarde da faculdade...
Não quer namorar, não namore. Ninguém é obrigado. Mas daí a chamar algo tão descartável de "amor", acho um sacrilégio, para mim, o amor realmente é um troço sagrado.

Teu Iphone não vai te abraçar forte numa noite chuvosa.
Teu carro não te dará um filho.
Dos teus milhares de seguidores, duvido que 1 único te acompanhe ao pronto-socorro.
Teu tênis de marca não vai correr ao teu lado para juntarem a grana da conta de luz.

Que saibamos dar o real valor a tudo aquilo que de tão precioso, não tem preço.

Amor-próprio salva vidas, egoismo destrói vidas.

Se você tem um amor que não trocaria por nada nesse mundo, então, acredite, você já tem o mundo.
O resto...?
É fake.

(Bruna Stamato)