Dinheiro não é garantia de felicidade, sinto lhe dizer. Defendo esta tese com unhas e dentes, pelo conhecimento empírico da causa.

Esta afirmação te surpreende? Se sim, então provavelmente você ainda não descobriu o que é a Alegria Genuína.

Se dinheiro fosse garantia de felicidade, sábios e filósofos não a procurariam e falariam tanto dela, ao longo dos séculos. Não teríamos com o que nos preocupar: Era só estudar bastante, achar um bom emprego, ser bem pago por isso e pronto, todos seriam felizes.
Mas, infelizmente (ou felizmente, depende do ponto de vista), não é assim que funciona e posso te dizer, que as pessoas mais infelizes que eu conheci, tinham muito dinheiro. Tanto, que era só isso que possuíam.

O dinheiro complementa muitíssimo bem, se você já tiver o resto; Uma família amorosa, filhos queridos, pais amados, um companheiro (a) de vida. Se você trabalhar com o que gosta, se tiver escolhido a profissão por AMOR, se mora onde tem prazer. O dinheiro é uma deliciosa sobremesa depois do banquete. Mas sobremesa não mata a fome de ninguém, a refeição é fundamental. Dinheiro não pode nunca ser o prato principal.

Certa vez conheci um senhor, hoje com seus 50 anos, dono de uma famosa rede de padarias na capital paulista, e após alguns dias trabalhando juntos, surgiu esta mesma conversa,  sobre dinheiro e felicidade. Eu disse, em tom de brincadeira “AH, mas o senhor não tem do que se queixar!” e ele sorriu e disse “Você que pensa”. E me contou um pouco da sua história de vida. Para minha surpresa, ele era cearense, de uma cidade bem pequena do interior, e quando tinha seus 13 pra 14 anos, um caminhoneiro que conhecera na pensão da cidadezinha, lhe deixou umas revistas de presente e ele começou a folhear, uma a uma e logo se encantou com as coisas que viu. Ele me disse que nunca tinha visto tanta beleza e nem sabia que existia tanta coisa no mundo, mulheres tão lindas, riqueza e propagandas mil. E ele ficou obcecado e colocou na cabeça que seria rico.

Foi pra São Paulo 3 anos depois, como ajudante de pedreiro, mas não deu certo na profissão porque suas mãos abriam em feridas terríveis, como ele mesmo me disse “Não tinha nascido pra´quilo!” *risos*.
Conseguiu então um emprego como auxiliar de serviços gerais numa pequena padaria na Mooca e um dia o dono da padaria, fez uma confraternização com os funcionários e ele, nosso senhor “X” como vou chama-lo, não tinha dinheiro para levar nada, mas propôs fazer uma receita de pãozinho caseiro que sua vó havia lhe ensinado anos atrás. O sucesso do pãozinho foi tanto, que ele logo virou padeiro, e como morava nos fundos da padaria, usava seu dinheiro para estudar. Fez cursos de panificação, se aprimorou,  pegou gosto pela coisa e aos 24 anos comprou a padaria porque o dono não tinha mais condições de cuidar. Aí, com o que ganhava agora, reinvestia e anos depois se formou em administração. Hoje tem 5 filias em São Paulo.

Seria realmente uma bela história de sucesso se não fosse o lado B, que ninguém para pra olhar.
Senhor “X”, ficou anos sem voltar pra sua cidadezinha, sua vó (quem lhe criou), morreu sem que conseguisse se despedir, seus primos foram embora sem que pudessem lhe dizer pra onde e em uma dessas visitas, senhor “X”, que ainda não era dono de padaria, reencontrou uma antiga paquera de escola e os dois tiveram um breve romance, anos depois, ele ficou sabendo que tiveram um filho, mas a criança morreu de meningite antes dos 2 anos de idade. Sobre a mãe dela, nunca mais se ouviu falar. Senhor X me contou que não a tinha esquecido e foi atrás dela porque tinha intenção de traze-la para SP quando as coisas começaram a melhorar...
Ele se casou mais duas vezes, e na época dessa conversa estava enfrentando o segundo divórcio. Teve apenas 1 filha do relacionamento anterior, que seguia a vida em Miami e que vinha visitá-lo nas férias. Senhor X me contou que teve várias namoradas, e que a maioria delas queria 1 única coisa...Você consegue adivinhar o que?

Senhor X havia sofrido um sequestro anos atrás e já teve três de suas lojas com tentativas de assalto. Senhor X me disse que na época trocou sua Land Rover por um Celta, porque desta forma se sentia mais “seguro”.
E finalizou dizendo que agora gastava boa parte do seu dinheiro com remédios e que, ele gostaria de voltar no tempo e, acredite se quiser, faria tudo diferente.

A questão é: Até que ponto o SUCESSO de alguém pode ser medido pela sua conta bancária?

O QUE É SUCESSO, pra você?

Vale tudo e qualquer coisa pra ter dinheiro?

Quantas coisas deixamos escapar porque estamos ocupados demais correndo atrás do dinheiro? Dinheiro se recupera, dinheiro se ganha, se corre atrás. Tempo, não. O tempo não se recupera; Não se ganha mais e não dá pra correr atrás do tempo perdido. Tem gente que demora muito pra compreender, tanto, que quando se dá conta pode ser tarde. Não deixe isso acontecer. Não tenha que perder tudo pra descobrir que o "nada" era importante.

Talvez, o segredo para o “sucesso”, seja parar de querer medi-lo em espécie, seja parar de querer perseguir o DINHEIRO, e, de fato, começar a perseguir o SEU SUCESSO pessoal, porque como sabemos, um não é sinônimo do outro.

Dinheiro é um pedaço de papel válido somente neste plano físico chamado “VIDA”.
A verdadeira riqueza não se guarda em bancos, se guarda no espírito, dentro do coração, não acaba nunca e ninguém pode rouba-la de você.

Você pode deixar uma herança muito grande em patrimônios, mas, se não tiver deixado nenhum VALOR aos seus descendentes, sua jornada vai ter fracassado.

E a ALEGRIA GENUÍNA, não está à venda em boutiques ou em pequenos frascos caríssimos, de tão singela ela passa despercebida pela grande maioria de nós. Comece a reparar nas pequenas coisas cotidianas que você possui e esqueça um pouco as que você quer possuir, porque senão, a lista do “que falta para ser feliz” não acaba nunca e se torna uma terrível bola de neve.

Se você tiver dinheiro e não tiver o fundamental na vida, que é AMOR, AMIZADE E SAÚDE, você é rico.

Se você tiver amor, amizade e saúde e não tiver (ainda) o dinheiro que almeja, acredite, você é AFORTUNADO.


Bruna Stamato