Eu gosto de gente que tem por costume falar o que sente, mesmo quando não é o melhor sentimento do mundo. Eu gosto desse tipo de pessoa que a gente se sente totalmente à vontade em 15 minutos de conversa, que ri alto, que tem aquele sorriso expansivo, contagiante. Eu me amarro em gente que diz que vem e vem. Quer demonstra que quer ficar. Que demonstra seus medos e que apesar de ser cheia de defeitos, expõe como cartas abertas na mesa. 
Eu não tenho problema com quem altera seu tom de voz, com quem perde a calma vez ou outra ou quem acaba falando por demais. Meu medo é dos que falam de menos. Dos sorrisos contidos; dos gestos premeditados; dos olhos atentos. Fujo com certa rapidez de quem fala muito manso e ri pra tudo e concorda o tempo inteiro, até mesmo porque, pra mim, quem ri o tempo todo nada tem de bem humorado, ou é louco da cabeça ou alienado, e seja qual for das opções, não me agrada. 

Eu gosto dos malucos sim. Mas dos malucos beleza! Dos impulsivos, explosivos, e impetuosos pois por mais contraditório que pareça, esses sim, pra mim, são os de alma limpa e coração puro. Ingenuidade genuína, talvez. Até uma certa fraqueza... Eu gosto de gente com quem eu possa fazer planos! Que não tem esse lance de anotar na agenda. Eu gosto da ideia de sonhar coisas possíveis, de marcar um encontro no meio da semana ou uma viagem pra daqui a 1 ano e meio, mesmo que seja só empolgação de momento, eu gosto de quem permite empolgar-me. Detesto que me coloquem freios – que eu não tenho. 
Detesto que tentem diminuir o meu tom. Eu gosto de quem se garante, quem taí pra arriscar, isso pra mim vale mais que toda beleza e grana. Conheço gente que não entra no mar pra não estragar o cabelo; que não come pizza pra não engordar; que aprendeu francês só pra dizer que sabe. Esses, não me instigam em nada. Pelo amor de Deus, a vida é muito curta para não se comer pizza! Para não andar com as janelas abertas! Para não se perder de bicicleta, para na chuva não se molhar.

Eu gosto de pessoas vivíveis; 

Que se permitem amar, sonhar, quebrar a cara e tentar. Gosto de gente que ajoelha pra rezar, que se comove com um cãozinho na rua, que planeja o próximo jantar. Gosto de gente acessível. Desse tipo que se permite ser visitado, sem aviso prévio, que faz festa com pouco, que permite alterações na rotina sem entrar em desespero, que topa uma surpresa sem questionar. Gosto de gente namorável, que se baseia apenas no que sente e esquece o resto. Gosto de gente mutável; maleável; apalpável na escada ou no elevador; beijável da nuca aos pés; agarrável dentro de automóveis! Viajáveis num fim de semana qualquer.

A dualidade humana não me amedronta, o que me tira do sério é seriedade em excesso. Meu pai já dizia que a pior repressão é a interior, e os Menudos já bem cantavam que não devemos nos reprimir... E é isso aí. Passo longe dos que não se permitem as mudanças inevitáveis desta vida, aos que se forçam a cumprir metas traçadas há 10 anos atrás, aos tiranos pessoais, que se podam ao menor sinal de um possível amor. Que se retiram quando o papo pega fogo, que negam FOGO e opinião. Desses que fazem tipo, que se perdem no próprio jogo; os colecionadores de “não”. 

Entregue-se! Entregue-se para si mesmo em primeiro lugar, ceda aos teus caprichos! Depois para a vida; para aquele teu amor abafado do colegial, aquela tua ex namorada que te faz perder o rumo. Entregue-se aos pequenos prazeres de se estar vivo. A única coisa que você tem a perder é a chance de ter vivido e fabricado boas lembranças. 

Gaste teu cartão de crédito guardado para uma emergência se preciso, porque IR, RIR E VIR são emergências, urgentíssimas! E de vez em quando, deixe uma conta acumular...às vezes a gente tem mesmo que escolher entre pagar uma conta ou curtir um pouco e a conta pode esperar, mas as boas oportunidades, essas, às vezes se vão, para nunca mais voltar.
 Esteja disponível; Seja VIVÍVEL! 
 A vida é AGORA. 
O "daqui a pouco" não passa de mera suposição. 

Bruna Stamato